segunda-feira, 29 de março de 2010

Mentalidades { actualização }


Viajo, olho, navego escondida
Sinto saudade, sinto falta de uns minutos de vida
Quero pois sair mas há algo que me prende
Neste minuto de sofrimento, nesta dor que não se sente
Como posso não acreditar que tudo já não é igual
Se tudo o que fazes e dizes te parece ser natural ?
Como queres que não chore se tu és o culpado
Pelas lágrimas derramadas, pelo coração quebrado ?
Magoado ? Talvez, mas ainda bate e não chora
Até que a morte nos separe - palavras da boca para fora
Mas tu sabes o que é amar ? Dizer que sim é perder tempo
Trocas-me pura e simplesmente por uma garrafa de catembo
O amor não se diz, não se vê, não se explica
Mostra-se através de acções e do tempo que se dedica
O alcool serve de consolo porque estás em solidão
Mas para ti é cagativo desde que o tenhas na mão
Não me quiseste amar, não me incomodo nem um bocado
Agarra na tua cerveja porque tu para mim já és passado

És fraco porque pensas que todas te querem ter
Mas a maior parte delas nem te queria pa f*
Tu sabes, tens de ser tu a dar o passo certo
Mas sabes que não é correcto
Queres-te armar em cupido
Mas no final estás fudido
Confuso ficas, mas partes sempre para outra
Roças-te nela até achares que ela está louca
Mas ela olha para ti com um ar super normal
Não dás tusa nenhuma nem com o teu olhar "fatal"
Só me apetece rir, não sabes para onde ir
Comes as gajas com damo e no final tás a fugir
Não tás a conseguir não consegues dar pica
No dia que a conheces dás logo a tua dica:
"Dás-me o teu número ?" ou "Posso-te conhecer ?"
E no dia a seguir já estás pronto para a comer
Cair nas tuas palavras é o pior erro de sempre
Porque só sabes dizer e quando dizes, MENTES
Admito que acreditei, esperanças sempre tive
Mas quando pudeste empurraste-me do declive
Eu no fundo sabia que tu mentias
Mas queria ver até que ponto é que ias
Sentia, grande atracção por ti
Mas acho que depois disto nem sei o que aprendi
Ganhei um par de cornos, talvez até mais
Porque pensava que eras diferente, afinal todos são iguais
Consegues mentir, fingir tal como uma criança
Consegues desiludir e diminuir a confiança
Depois deste tempo todo agora sei a verdade
E cheguei à conclusão que tens pouca mentalidade
Eu escrevo isto mas não preciso de ti para nada
Prefiro estar sozinha do que mal acompanhada
Cresce, mas ya volta para as tuas cumidelas
Como te achas tão bom, que venham eles em vez delas

terça-feira, 9 de março de 2010

Resposta da carta 23


« Meu amor, hoje escrevo para ti porque sei que ainda me esperas. Talvez convinha visitar-te, mas sabes que a timidez chama mais por mim do que a vontade de te dizer o que sinto e necessito de deitar cá para fora. A distância ajuda sabes, e sinto que me será quase impossível ver-te. Como estás agora ? Não te sinto contente, não te vejo a sorrir nas fotografias como fazias nos dias de Verão que passámos juntos. Andas estranha e isso nota-se pela maneira como escreves, pela pouca ou nenhuma vontade de te exprimires como fazias no teu blog através dos teus poemas ou histórias dramáticas e verídicas que eu tanto gostava de ler. Já não me mandas uma mensagem e nem recebo chamadas tuas à uns meses, diz-me o que aconteceu para te afastares num segundo !

Tenho saudades aguardo ...»

RE: Tenho me mantido em silêncio porque cada mensagem que me enviavas mais palavras se entalavam na minha garganta, mas talvez hoje seja o dia em que te conto tudo pormenorizadamente. Lembras-te de 2009 ? Até hoje nada me esqueci, por isso me afastei. Já peguei numa borracha e tentei apagar-te do meu pensamento mas tu és um murmúrio que se ausenta num minuto e surge no seguinte. Já cortei as minhas artérias que me permitiam transportar-te para o meu coração, mas tu sempre te safaste tornando-te no ar que respiro que passa pelas condutas e se dirige aos meus pulmões, mantendo-se sempre perto dos meus batimentos cardíacos. Já dormi sem vontade para o tempo passar depressa e me esquecer de ti , mas a tua voz ainda me soa ao ouvido e entra-me nos sonhos, tormentando-me, pois sei que quando acordar estarei sozinha. Quero esquecer tudo, quero esquecer-te ... quero que fiques comigo e não saias da minha vida. Contraditório não é ? Tenho andado assim porque na verdade sinto a falta dos nossos telefonemas, sinto falta dos momentos em que me ria, das coisas que me costumavas dizer e que agora não existem, mas também me magoa falar contigo sem te estar a ver aqui ao meu lado, também me magoa ouvir dizer-te que me amas mas no entanto não te sinto a sussurar-mo ao ouvido, também me entristece saber que estás cada vez mais distante. Eu ainda hoje fecho os olhos, agarro-me à almofada imaginando que te estou a abraçar mas, maricas como sou, choro sempre e isso nunca resolve.


Quem me dera poder olhar nesses teus olhos castanhos e sentir que olhavas para mim, porque ainda te vejo no vidro embaceado do carro num dia de chuva, porque ainda desenho o teu nome na areia como uma prova do meu amor que é enviada para ti.


Corpos distantes, corações unidos.


Um beijo daquela que mais te ama

Sara.