sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Não me mereces


Não sei porque te amo

Ou porque choro por ti
Não sei o porquê deste dano
Que em mim infligi

Todo o mal que te possa ter feito
Alguns foram sem querer
Talvez porque em mim tenho o defeito
De tanto eu te querer

Posso ter esticado a corda
Posso-a ter deixado partir
Mas não sei se não foi por ser moda
Que para longe quiseste fugir

Mudei porque te amo
Mudei por força do amor
Mudei de árvore, não só de ramo
Só para te poder dar mais calor

Mas tu dizes que fugiste
Que a tua vida também mudou
Que foi tarde quando viste
Que alguém na tua vida entrou

Entrou porque deixaste
Entrou porque te procurou
E tu sabes que não a afastaste
Porque ela o jogo perfeito jogou

Dizes que me amas
Mas deixas-me infeliz
Porque eu sei que não é ela
Que te fará feliz como te fiz

Admites a cada dia que passa
Tudo o que sentes por mim
Não sei se aí estará a massa
Que te levará a um triste fim

Mas não me mereces
Se calhar porque não acreditas no amor
Também porque te enganas
E tentas enganar quem está ao teu redor

Não me magoes
Não me faças sofrer
Não me faças chorar
Não me dês esperanças de te ter

Dizes ter um desejo
Que nos reencontremos mais adiante
Esse, se calhar, é o nosso desejo
Precioso como um diamante

Será que irá chegar essa altura?
Será que iremos voltar?
Ou tu ficarás longe como a Lua
E nunca te irei encontrar?

Será que vou esperar
Deixar o tempo passar
Ou seguir e lutar
Para do meu coração te apagar?

Porque nos magoamos
Se sabemos o que queremos
Se sabemos que nos amamos
Que assim aos poucos morremos

Porque não dás o braço a torcer
Assim como eu já o dei
E descobres que não será a sofrer
Que serás feliz, como eu sei.

Tu não me mereces
Ou eu não te mereço a ti
Mas sei que nunca haverá um começo
Como aquele em que da 1ª vez te vi

Não te enganes ou magoes
Não me fujas novamente
Pois sabemos que só estando juntos
O amor renasce da semente.

copiado e modificado, não de minha autoria.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

antiga(mente)


Texto feito no 9º ano

Numa tela branca pintei o céu do azul mais profundo, pintei o sol do amarelo mais brilhante. Desenhei uma florzinha, olhei para ela mas estava infeliz! Desenhei um regador e reguei-a com a água mais pura, e desenhei também uma rosa para ser sua amiga... mas faltava cor a ambas!
De vermelho pintei a pequena flor, de branco pintei a rosa, e rodeei-a de outras flores pintando-as de todas as cores do arco-íris!

Anoiteceu... Desenhei a lua do lado oposto ao sol, desenhei uma vela e... adormeci.
A tinta secou e o pequeno quadro ficou esquecido. Os dias iam passando, e dias passaram até que, por fim peguei no quadro e vislumbrei a flor, tinha crescido, estava mais alegre e bonita! Pendurei-o quadro e, pouco tempo depois, estava num museu a ser apreciado por muitos. Foi vislumbrado especialmente por um velho senhor que, apoiando a sua mão no meu ombro, quis falar comigo.
"Numa obra conseguiste o que poucos conseguiram!". Tais misteriosas palavras fizeram-me sentar numa cadeira e fixar a minha obra.

Desenhei flor e dei-lhe tudo o que precisava: desenhei o sol para lhe dar energia e luz durante o dia, desenhei a lua e uma vela para lhe dar luz durante a noite, reguei-a e dei-lhe uma amiga, pintei-a de vermelha para lhe dar amor, pintei a rosa de branco para lhe dar, colori as outras flores das cores do arco-íris para lhe dar felicidade. Acabei por semear uma pequena flor e tratei-a como uma filha! Foi amada, foi feliz, foi crescendo e tornou-se na flor mais bonita de todas!
Percebi isto tudo mas também que o sol pode viver perto da lua, uma vela pode brilhar mais que o sol, só somos felizes se fizermos os outros felizes!

A esperança nunca morre, muito menos no coração do semeador.
(frase de Isabel Bruma)

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Filosofia na vida


No fundo tudo muda. Como poderei eu, ser humano que sou, ter tantos defeitos quanto as qualidades?
Olho-me ao espelho e só vejo pó, nada de interessante, apenas o meu reflexo, o da mulher, o reflexo do Homem. No entanto não gosto dos meus olhos, estes que representam a visão do Homem perante uma situação, só sabem ver o que não interessa, não olham mais além, só vêem o que querem ver; não gosto dos meus pés, eles que representam o caminho que cada um toma, o caminho dos fracos que é o mais fácil, onde só encontro tabaco, drogas, álcool, amargura; não gosto da minha boca, ela que se arma em presidente e que faz o que todos não deveriam fazer: falar muito, fazer pouco; e odeio as minhas mãos, elas que deveriam apontar para os seres que se auto-destroem, mas só lhes dá prazer esmagar, agredir, estragar.
Tento olhar para dentro, o que poderá haver em mim que pode ser valorizado? O olfacto que me ajuda a sentir aromas naturais que nenhuma poção ou experiência conseguiria igualar, a mente que me ajuda a pensar com raciocínio, com lógica, com inteligência, que me ajuda a estudar as palavras, e claro o coração, aquela grande máquina que é a coisa mais importante em todos nós. Com ele as mãos passam a dar de comer aos pobres e acariciar os animais ao invés de os matar, os olhos vêem o sofrimento dos outros em vez de serem fúteis e gananciosos e apenas olharem para o dinheiro, a boca passa a dizer coisas com sentido, chama de amor às pessoas que ama, chama de amigo às pessoas afáveis, conselheiras e presentes, passa a tomar gosto do seu interior, e claro os pés que passam a seguir o caminho da felicidade. Esse caminho pode ter pedras sim, até podes tropeçar nalgumas delas, de outras tentas desviar-te, com muito suor lá chegarás, porque nunca temos aquilo que queremos sem esforço.

Por isso a Filosofia não se limita apenas a diaporamas, conclusões que nos fazem reflectir acerca das nossas atitudes, matéria escolar, limita-se a ensinar-nos a ver as coisas de outra maneira, a dizer as coisas noutro sentido, a fazer as coisas de outra forma e tomarmos o nosso rumo com outros olhos, outras mãos, outros sentidos, e sempre com outro coração.

No fundo... tudo muda.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Amor, Dinheiro, Saúde e Prazer.


Há anos que tento, que me esforço, que luto. Nunca tentei ser mais que ninguém, superior a este ou aquele, melhor que tu ou que ele, porque apesar de saber que nos encontramos numa corrida de vida, em que todos lutam para chegar à meta, designando-a como o topo, o auge, o vencedor acaba por ser aquele que a alcançou, que aproveita a sua vida ao máximo e da melhor maneira... mas tal como disse, não tento ser superior, tento ser diferente.
Tão habituada a cartazes com modelos extremamente sensuais, a fazer publicidade à roupa que usa, que mostram às pessoas como são perfeitas as mulheres do mundo. Errado! No fundo, tudo depende da maquilhagem, do Photoshop, da posição da câmara e da sua definição, dos cabeleireiros, das estilistas, etc, etc. Tudo isto só e unicamente para transformar a mulher real num manequim, numa boneca de plástico que desfila, que posa, que mexe.
Tão farta de ouvir falar em cirurgias plásticas, em fama, em dinheiro. Eu gosto de fama, tenciono ser reconhecida, ter dinheiro suficiente para sustentar a minha família, mas não pretendo andar num vestido todo elegante num tapete vermelho, cheio de fotógrafos e de jornalistas, para mais tarde aparecer na televisão ou ter a minha vida publicada numa revista de interesseiros que mentem para terem apenas uma óptima notícia na primeira página. E aí vêm as boas notícias, a fama da revista, e claro o dinheiro devido a falsas publicações para satisfazer o prazer dos curiosos.
Tão cansada de celebridades com grandes casas, jacuzzis, quatro carros no grande jardim florido, vistas maravilhosas... uma vida de luxo. Porque não ajudar quem necessita? Equilibrar economicamente os Países Em Desenvolvimento, proteger os animais em vias de extinção, diminuir as fábricas para não danificar totalmente a camada de ozono, etc. Porque não hospitalizar os viciados, ajudar os inválidos, dar apoio hospitalar aos doentes?
O mundo está em decadência, agora todos se importam com as marcas dos objectos e da roupa.
Amor... com o dinheiro à vista é sempre mais complicado. Aprender a amar alguém pela pessoa que é por dentro e não por ser famoso ou ter dinheiro, amar essa pessoa pelo coração, dar valor aos amigos e família, se possível dar amor para receber, é uma das chaves para ser feliz.
Dinheiro... faz falta, é necessário, mas não dependas dele. Não serás valorizado pelo dinheiro que possuis, mas sim pelo que és, caso contrário vais ver todos a apunhalarem-te pelas costas por ganância.
Saúde... cuida de ti. Não uses muita maquilhagem, nada melhor que a tua beleza natural (conselho para as mulheres), em ambos os casos (homem ou mulher), aprende a gostar de ti como és. Alimenta-te, aquece-te em dias frios e usa roupa confortável no Verão. Não fumes, não bebas, sê responsável.

Prazer...
Se tiveres tudo, como poderás lutar por algo? Não terás prazer em viver.
Quando pensares que tens tudo, olha para ti e verás que não tens NADA.

domingo, 19 de setembro de 2010

O beijo

Este sabor, não quero explicar
É difícil, é diferente
Posso tentar
Achas que deva?
Porque não? Não tem mal
Não dói, não é fatal
Não é amargo nem azedo
Prova-o, sem medo!
Vais senti-lo na tua língua
Como se de fruta se tratasse.

Sabes o que é melhor?
É quando o mostras a alguém
Não tenhas receio do que aí vem
Toda a gente conhece bem
Mas nem todos têm capacidade para tal
Será?
Não tem mal
Não dói, não é fatal
Nem sequer é animal
Mas pode ser um bicho
E para outros é irreal

Uau...
Gostas-te? É bom não é?
Mas calma, não precisas ser gananciosa
Fá-lo uma vez, duas três,
Fá-lo com alguém especial
Não tem mal
Não dói, não é fatal
Nem sequer é animal
Mas pode ser um bicho
E para outros é irreal
Mas nada melhor que beijares a pessoa que amas
E saberes que ele é o tal.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Sente-me, Ouve-me, Vê-me

Passo levemente o polegar sobre os meus lábios, secos, quase gretados, numa manhã onde o sol se esconde atrás das núvens ... acabara de acordar. Faço-o pensando no sonho que tive contigo, em que se sucede tal cena romântica : um sorriso esboçado na cara de ambos e um olhar penetrante, quase incerto e sem explicação, em que o tempo parece parar apenas por se fixar nos olhos um do outro, e que em simultâneo se parecem aproximar lentamente para executar o seu primeiro momento juntos.
Sentes-me ? Sentes a minha frustração ? Os nossos lábios não se tocam obrigando-me a lambê-los sempre que penso em ti, obrigando-me a mordê-los por desejar um momento de prazer em troca. Deveras complicado, outrora inútil, pois não é o desejo que nos mantém próximos, é o coração; não é a distância que nos afasta é o próprio destino, sinto que seja uma barreira dele criada. Há alturas desprezíveis, outras tão más que se assemelham a abutres, alimentando-se de um olhar putrefacto e profundo, cego pelo amor nascido de uma melancolia invulgar, mas digno dos seus pés à cabeça, mas que não seja mais que isso - o fruto de uma paixão, o doce de uma vida. Há tantas perguntas por fazer mas parece-me que só algumas saberei responder, certo ... ? Umas transformam-me num apocalipse de emoções, destruíndo e aniquilando corpos desmembrados a que chamam de coração. Quem deverei eu culpar ? Seus possuídores que tentam chegar ao teu patamar por saberem que podem realizar os beijos que tanto anseio, o toque que tanto espero, ou até mesmo tentarem exercitar o meu coração para que bata mais forte e apaixonadamente como nunca antes batera, ou deva culpar-te a ti que conseguiste pô-lo nas tuas mãos e que, não me podendo tocar deixas um arrepio na minha pele, não me podendo beijar deixa-los chamar por ti, não me podendo sussurrar palavras ao ouvido largas a tua voz melódica no meu ouvido e o teu suspiro no meu pensamento.
Ouves-me ? Ouves-me a farejar o teu perfume natural ou a tentar seguir as tuas pegadas para te poder encontrar de novo ? Huh, de novo perguntas-te ... será básico dizer que estás comigo no pensamento, não ? Há tantas coisas que te quero provar, tantos sítios que te quero mostrar, há tanto por descobri e por fazer contigo, se ao menos algo mais contribuísse (...) . Gostava de me poder ausentar um pouco para sentir as saudades que tens minhas { :) } .
Vês-me ? Vês-me a mudar a cada segundo que passa ? Eu procuro por ti, mas entristece-me um bocado manter contacto contigo apenas por tecnologias. De momento de cabeça baixa me encontro, não vejo a carne que aguardas em meus espelhos, nenhum pedaço totalmente satisfatório que te possa entregar ... entristece-me.
Tentei fugir do teu amor mas ele sempre foi uma corda ao meu pescoço, se não te tiver não vale mais a pena, agora vou de encontro a ele e cá estou eu, com o meu espírito cada vez mais alegre por te amar e saber que é recíproco.

Conheço-te ? Não, mas sei que és o amor da minha vida .

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Comentário ao Facebook

Como sabem, hoje em dia o Facebook é bastante conhecido e então, depois de criar uma conta, decidi investigar para tentar conhecer um pouco mais daquilo . Depois de satisfazer a minha curiosidade resolvi fazer alguns Quiz's que, supostamente, seriam jogos ou aplicações do mesmo site. Por meu espanto cheguei a ver coisas que me fizeram rir e rebolar no sofá de riso .




1ª situação - A foto ficou um pouco mal então eu passo a explicar :
" Fecha os olhos, imagina que estás perdido num lugar escuro e observas uma luz ao fundo a aproximar-se... Agora abre!" , e depois de termos feito exactamente o que nos mandou pergunta-nos qual dos animais nos ocorreu. Ora bem, considerando que estamos num sítio escuro e que uma luz se aproxima de nós, eu diria para começar que estava morta ( segundo a expressão conhecida " luz ao fundo do túnel" ). Segundo, se estivesse a ver uma luz a aproximar-se provavelmente acharia que fosse ou uma lanterna ou a luz do sol que me iria indicar uma saída, mas a questão deles foi para além do que eu imaginava, visto que neste caso estão a comparar alhos com bugalhos. Enfim, tinha várias opções das quais uma delas era " Peixe ou macaco " . « Vamos lá analisar isto melhor que agora confundi-me » dizia eu no momento que estava ler aquilo . Então, se estamos num sítio escuro e estamos perdidos, a primeira coisa que nos vem à cabeça é um túnel ou uma caverna certo ? Então como é que poderíamos pensar que um peixe estaria ali no túnel ? A menos que estivesse morto, perguntam-se, mas a própria questão diz-nos que é uma luz a aproximar-se! Das duas uma, ou era um tamboril morto, ou estavamos no fundo do mar.


2ª situação - Respostas ( não quero falar sobre isso; pooop; borraste todo; brutal; é aquilo que sai de mim, para além de puns ). Quanto a isto só queria mostrar o que o Facebook contém ... é que nem eu quero comentar, muito menos a 4ª resposta . Felizmente o "não quero falar sobre isso" ajudou, senão teria um bom resultado teria ... LOL !


3ª situação - Respostas ( aquela que curte pichotas; aquela a quem não deves falar alto; aquela com quem não deves competir; aquela que deves temer; aquela a quem não deves irritar ). Consigo ter 98% certeza que este Quiz foi feito por uma criança. Amigo/a , há uma grande diferença entre "ninfo" e "ninfa" ... pensa nisso ;)

Facebook, dos sites mais conhecidos e o mais visitado de sempre, achas que assim evolui ?

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Poesia do coração .


Não entendo esta gente, falam sem vergonha na cara
"oh sara és aquilo mas entre nós é tranquilo"
Todos sabem a verdade mas o povo é esquesito
garantem mundos e fundos dos quais não me acredito
apenas ouço, reflito e logo a seguir repito :
"tás a brincar comigo ? mentir não é bonito"
O people fala bem mas espeta facas nas costas
porque falam da vida dos outros ? Não vos chegam as vossas ?
Já diz o puto david "isto hoje é pior que a PIDE
já não se pode dar no pito porque não há gente que com isso lide"
A fama é indesejada e invejada como a Taça
e por vezes anda no ar por não haver notícia na praça
mas o meu caso é diferente, não o esqueço facilmente
por muito mais que tente, é ferida que não se sente
mas com o tempo vai sarar e até posso chorar
mas vou sorrir porque sei que vou ter alguém para me ouvir
ouvir falar das merdas e de tudo o que fiz
aproveitei bem a vida mas fama nunca quis
consciente ou iludida sei que não era feliz por não ter encarado as coisas com maturidade
Falar da vida das pessoas hoje em dia é rotina
tudo bem que falar é bom mas escusava de ser SIDA
admito os meus erros hoje dou-lhes a mão
porque sei que se não fossem eles estaria em má situação
aprendi, cresci e agora que me apaixonei
vejo a felicidade a vir aquela que por tanto esperei
ela a aproximar-se de mim mas e agora ...
será este o início do fim ou o começo de uma história ?
O que modificou , o que é que aconteceu ?
Foi o passado que decidiu voltar e estragar o que renasceu.

Olho para os casais na rua, fecho os olhos por um bocado
tu não estás aqui comigo nem para me olhar de lado
sinto não ter significado, sinto ter-te magoado
sinto-me a ficar triste por antes não ter mudado
o passado estava enterrado mas é poeira no presente
é uma memória inconsciente do mal que me transtorna
aparece num minuto e está ausente no seguinte
mas volta dentro de um segundo, preciso de acordar agora
ainda estou a sonhar, só imagino o teu sorriso
o teu toque, o teu olhar, já não consigo aguentar
Agora tudo mudou e tenho saudades dele
porque antes das consequências eu era bem feliz com ele
sei que o tempo cura mas não é isso que peço
um pouco de tolerância, errei eu confesso
expresso tudo aqui mas não consigo fazer mais
se isto não resultar é porque não somos iguais
acho que também erras-te, errámos os dois
podíamos encontrar-nos e deixar as palavras para depois
Era bom mas a distância só sabe estragar
300km longe de ti é complicado de aceitar
esperar, ansiar o nosso primeiro olhar
falar por chamadas por não te conseguir tocar
chorar por não te ter ao meu lado a todo o tempo
é tormento mas é algo com que me contento
lembro-me dos dias que me agarro à almofada
finjo que estás ali comigo mas estou mal acompanhada
faltavas tu ali para completar o meu desejo
o nosso momento a sós e o nosso primeiro beijo
pensei que eu fosse um erro mas para ti sou uma lição
não devemos enganar o nosso próprio coração
por isso estás comigo, porque me amas e me queres
mas há insegurança em mim por não ser como outras mulheres
mas tu juras a pés juntos que eu sou a tua eleita
não tenho o melhor corpo do mundo mas para ti eu sou perfeita.

Eu amo-te mas eu não sei até quando isto vai dar
a saudade aperta mas começa a sufocar
tu próprio disseste que isto não tinha sentido
que era melhor acabarmos e seres apenas meu amigo
eu concordei contigo mas não o consigo fazer
já me imagino a teu lado com uma vida por viver
amor que arde como uma chama que não se quer apagar
mas à sua volta estão pessoas que não param de soprar
“amor à distância não resulta, não te esqueças,
tudo o que ele diz podem ser falsas promessas”
todos me dizem isto e eu mais confusa fico
quando chegará o dia que vou poder estar contigo ?
magoa, estar a lutar e não saber
se este meu objectivo um dia a pena vai valer
porque cada vez mais este amor é a minha sede
mas deixa-me numa situação entre a espada e a parede
mas eu amo-te …

quinta-feira, 1 de julho de 2010

S.O.S Mundo .


Pegou de mansinho no urso de peluche de cabeceira e lembrara-se da sua infância com a rapidez de um estalar de dedos.
É estranho, como poderia esquecer o pim-pu-ne-ta que se usava quando jogava às escondidas, o jogo do"macaquinho do chinês", os desenhos animados da altura que via enquanto comia bolachas com chá às 17h da tarde, ou até mesmo os banhos de espuma que tomava antes de dormir ... ?
Era apenas um sonho ... mas de quem será ? Perguntas-te .

Nestes últimos momentos imaginas-te a mesma infância que a cada 30 segundos, uma criança de Moçambique imagina. Ela que brinca com pedras como modo de diversão, ela que toma banho num alguidar ou no lago, ela que com 13 anos já trabalha para ajudar a família, ela que com essa idade tem de arcar com responsabilidades, ela que tem de aguentar os dias de inverno sem se poder tapar com mantas suficientemente quentes ou largas para abrigar seus irmãos, ela que treme por dentro por não saber sequer como morreram os pais e ter apenas que se contentar com a pouca comida que é destribuída por muitas pessoas.
O mundo há-de chegar a um ponto em que o físico deixa de existir e todos vão precisar de dinheiro apenas para sustentar as suas necessidades, e aí vão sentir na pele o que muitas gerações pobres têm sentido até aos dias de hoje. O ser humano não precisa de doces de abóbora ou vinho de mesa no frigorífico, precisará se for apenas isso que tenha em sua casa mas, pondo essa situação de parte, de facto não precisa mesmo. Não necessita de perfumes ou roupa de marca, não precisa de cirurgias plásticas para embelezar o seu corpo. Sê como és ! A verdadeira beleza vem de dentro, sorri mais que te irá alimentar a alma, agradece a Deus o que ele te deu, não sejas guloso, modera, poupa, controla-te!


Aqueles que moderam, poupam e se controlam é porque não têm outra escolha.

domingo, 13 de junho de 2010

Um mundo sem cor



O meu corpo nasce na palma da mão de Deus, a mesma que me atirou para um mundo onde as imperfeições predominam, uma inveja que consome e capta a atenção dos homens, seres do mundo e donos da própria mente que desconhecem, almas perdidas na superficialidade. Escravizados pelas leis e pelas tecnologias - que sugam dados do nosso cérebro - concentram a harmonia num poço sem fundo onde só os corajosos a conseguirão alcançar, uma maré de memórias (más memórias) de que toda a gente se quer livrar, um espinho afiado e laminoso que transforma os homens fracos e viciados numa espetada.
Por momentos segurei-me entre os Teus dedos para não cair no embuste, a tal mentira para enganar alguém, pois não queria ser apenas poeira em seus cabelos ou vento que passa por eles e que sei que eles nunca me irão ver, tencionava ser cicatriz, marca, tatuagem que represente a honestidade invés da falsidade, mas não fui capaz. Escorreguei e caí nas ondas do oceano que mais tarde me levaram para a costa, me transformaram numa menina do mar, numa pessoa ligada às coisas naturais. Cheguei a conhecer a cidade, e via sempre gente de manhã no cafézinho do lado a beberem o seu galão e a comerem a sua sandes mista, com cores na cara ou com gravatas e fatos sofisticados. Cores na cara como quem diz maquilhagem, transformam-nas em mulheres atraentes e bonitas. Como vêem, superficialidade, mas que interessa o exterior se o interior é algo monótono, algo incompleto, algo inseguro. E os fatos sofisticados ? Servirão para mostrar, ou melhor, gabar o emprego que tem ou a situação financeira em que se encontra, mas o corpo que está por dentro não escondem por completo. Para quê tanta curiosidade da vida das pessoas se mais se deveriam preocupar com a sua, darão importância aos outros por não se sentirem suficientemente gratos com o que têm ? Não sei, só o mar me é sincero, me mostra a sua verdadeira maneira de ser, e quando coloco meus pés dentro dele e sinto a sua frescura, ele é-me transparente, mas por vezes envergonhado quando se torna turvo. Para quê tanta mania de superioridade ? Prefirirão eles serem amados ou meter medo ? Pergunto-me, será que é algo que lhes alimenta o espírito ?
É estranho este mundo, cheio de drogas e dependências, crimes e insegurança. Não entendo o porquê de não ligarem ao sol que é algo que necessitamos, é ele que nos mantém vivos mas ... vocês não lhe dão importância, só vão dar a importância que ele merece quando de repente acordarem e souberem que ele vai desaparecer. E o ar ? Também nos mantém vivos, mas vocês não têm paciência para sentí-lo com prazer, ou relaxar ao sentir uma brisa bater-nos na cara. Chamem-lhe vento, vocês pessoas egoístas que se ralam apenas com objectos "úteis" , com o prazer e com o dinheiro! Porque chamam de "amor" a uma pessoa que não amam, porque chamam de "amigo" quando sabem que não têm confiança, porque dizem que são livres se estão cercados de responsabilidades, de problemas, se estão presos ? Consigo sentir-me sozinha porque não olham para mim, sou o desconhecido que nunca conheceram, sou protótipo de sensatez e de liberdade. O segredo está na vontade de viver. Eu ? Sou livro, sou diário fotográfico que se projecta num papel, sou os olhos do céu que vê a verdadeira maneira de ser deste planeta.
Deus colocou-me aqui e disse " Aguardo que consigas modificar o que está estragado, que coles os corações despedaçados, que enfeitices os dependentes, que chames os Homens à razão que o mundo tem a sua verdadeira cor e que ele está perdê-la devido aos erros que eles cometem, surpreende-me ". Bem, Tire-me daqui, não consigo viver neste ambiente: a cor que o mundo tinha eles nunca se aperceberam dela verdadeiramente; não consigo enfeitiçar os dependentes porque eles próprios escolheram ficar naquela vida devido à curiosidade do diferente, devido à vontade de experiência, e com isso caíram no abismo por não conseguirem dizer "não"; os corações despedaçados não os vou colar, Sabes bem que a vida é um conjunto de momentos, e se não tivesse os seus momentos maus ela não tinha o seu valor; modificar o que está estragado ? Para quê ? Estas pessoas foram enviadas ao mundo para serem autónomas.

Tu disseste "autoaperfeiçoem-se" e eles só se sabem autodestruir.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

The notebook - o meu 1º drama


Lá está Sarah, uma senhora de idade que nunca pensei conhecer, sentada na sua cadeira de baloiço a ler um livro de capa escura e que parece conter uma história fria e triste. Contudo, Sarah parece ter o seu espírito sempre alegre e delicado, não mostra quaisquer preocupações mas ... sou um pouco assim, e entendo que exista algo muito profundo no seu coração, algo não tão agradável. Todos os dias a vejo com aquele livro, grande, pesado, possivelmente detalhado, e todas as noites a vejo a adormecer com ele no seu colo. Curioso, via-a sempre tapada com um cobertor laranja e, horas depois de a ver adormecer, regressava à janela para fechar as cortinas e ela já não se encontrava lá, só aquele livro misterioso em cima da cadeira que por vezes parecia chamar por mim para o ir buscar (...) para o ler.
O mais inquietante é que sempre que espreito pela brecha da porta da minha casa, para que ela não pense que a observo (até porque o faço), eu não vejo uma senhora idosa, vejo uma rapariga. Questionei-me, decidi investigar.
Na noite de domingo 23 dirigi-me à cadeira e tirei-lhe o livro durante um tempo e voltei a colocá-lo, e repetidamente o tirava emprestado e o devolvia discretamente. Sabia que aquele livro tinha algo mais do que uma simples narrativa, sabia que continha segredos. Indelicada e coscuvilheira fui, errei eu sei, mas que mal faria se apenas lho tirasse quando ela não necessitasse ? Era apenas um livro, também queria ler .
Que livro ... eu li-o. Sinceramente, gostaria de não o ter feito.
Sarah era jovem, elegante, tal como eu a via, e sofreu uma desgraça devido a alguma falta de responsabilidade, o que não quer dizer que fosse merecido.
Passou uns terríveis meses no acampamento de Lakeview Terrace, um acampamento perto de uma floresta com um lago junto a uma casa abandonada. "À noite contavamos histórias de terror uns aos outros dentro da tenda com apenas uma lanterna a dar-nos luz, cantavamos e tocavamos guitarra junto da fogueira, parecia ser divertido" dizia uma parte do livro.
Pelos vistos aquele livro fora escrito por Sarah quando era uma adolescente, numas férias que passou com os amigos e com a família.

"Já consigo imaginar : acordar com o cantar dos pintassilgos ou com os ruídos da floresta. Era um ambiente muito confortável, o lugar ideal para se passar férias. Decidi ir com Mike passear pela floresta, estar um pouco com ele a sós. Eu gosto dele, acho que ele seria o homem perfeito para mim. Passámos pela casa abandonada, ele só me pedia para passar por lá durante uns minutos com ele para ver o que aquilo continha (...) e fomos. Tinha um ar ... não sei explicar, sombrio talvez ? Aliás ali tudo era sombrio e sinistro, tanto que tinha o aspecto ideal de local abandonado.
A casa era pequena : uma casa de banho à esquerda, uns móveis ali, uma mesa acolá, um sofá cheio de pó, um frigorífico, um armário grande e um balcão. Para alegrar o sítio, Mike resolveu acender umas velas, pô-las em cima da mesa e puxar a mesa para o sofá. Romântico de meia tigela, mas fiquei contente pela atitude ! Sorri, sentei-me ao lado dele. Foi de derreter o momento que passámos naquele sofá ! Podia situar-me no pior local possível mas ao lado dele tudo parecia diferente, ele dava outro aspecto às coisas ! Falámos, rimo-nos, divertimo-nos. O mais romântico foi ele ter puxado de uma flor, (bem, quase uma amostra), bem pequenina e azul, ter-ma posto na mão e ter-me dito olhando-me olhos nos olhos « eu amo-te » . Beijámo-nos (...) e os restantes dias de férias repetiam-se da mesma forma ! Todos os dias, a partir das 17h dirigia-me àquela casa para ir ter com ele, para estar com ele, para me perder nele, e voltavamos sempre de mão dada. Ele um aventureiro querido, eu uma romântica incurável, dependíamos um do outro.
Lembro-me de um dia me dar um colar, me abraçar e dizer que jamais quereria perder-me. Disse que estaria à minha espera no « sítio do costume » como ele costumava dizer, e eu ansiosa por voltar a estar com ele corri em direcção à casa abandonada. Entrei. Estava escuro e parecia não estar ninguém. Segui em frente, olhei à volta, não via quase nada. Abri a porta e uma grande sombra humana cobriu o pouco sol que me batia na cara. Era um homem grande e com um bigode muito mal feito. Estupefacto projectou-me um olhar ameaçador que me fez arrepender de ter entrado ali, mas onde estaria Mike ? Tentei fugir, tranquei-me na casa de banho pois sabia que se tentasse sair pela porta da frente que teria de passar por ele, e ele era largo e muito provavelmente iria agarrar-me e fazer de mim a sua boneca. Procurei por uma saída mas não havia, peguei no telemóvel mas não tinha rede, não tive muito tempo também, ele acabou por arrombar a porta ao terceiro pontapé. Corri mas ele pegou em mim pelos cabelos e atirou-me ao chão pondo o seu pé em cima das minhas costas e fazendo-me rastejar até à saída a pedir socorro, mas ninguém me ouviu. Naquele momento culpei-me a mim por ter ido lá parar, culpei as árvores por sugarem os meus gritos como uma esponja, culpei Mike por não estar lá quando precisei.
Aproximou-se de mim com o seu mau aspecto, sentou-se em cima de mim e eu cuspi-lhe na cara, o que por acaso resultou para conseguir sair dali. Revoltado deu-me um estalo e afastou-se para limpar o cuspo e entretanto, tentei escapar-me. Fugi, corri como se a minha vida dependesse disso, mas como o destino havia traçado eu iria tropeçar numa raiz e iria ser novamente apanhada pelo lenhador desconhecido. E lá no mais longínquo rio ouvia-se um grito abatido pelo som da água e que, aos poucos, desapareceu com a corrente ... mas não seria ali que me iria castigar.
Levou-me de volta à casa, amarrou-me, tapou-me a boca com um pano e pendurou-me no tecto. Fiquei suspensa no ar, cheia de medo, gemia de pavor, tentava tirar as cordas mas só me magoavam ainda mais, só me arranhavam e então mantive-me quieta. Sentou-se no sofá a olhar para o meu ar de aterrorizada e mexia num facalhão como se pensasse em matar-me. Não, não iria matar-me sem se divertir primeiro, e para tal diversão dirigiu-se a mim com a arma na mão. Pousou-a de lado na minha bochecha, deslizou-a para a minha boca, colocou a ponta da faca no meu pescoço e deslizou-a dessa forma até ao meu umbigo e disse :
- É aqui que queres que te fure ?
Suspirou, largou a faca, aproximou-se do meu ouvido e colocou a mão na parte de dentro da minha coxa deslizando-a muito lentamente para cima. Ouvi-o inspirar, a sentir o meu perfume, e perguntou-me baixinho :
- É aqui que queres que te fure ?
De repente entra Mike com uma garrafa de vidro e dá-lhe com ela na cabeça que o deixa adormecido. Soltou-me, pegou na minha mão e levou-me para casa. Não podíamos contar a ninguém o que se passara, se o meu pai descobrisse jamais nos perdoaria, então decidimos esquecer o que aconteceu e seguir em frente sem olhar para trás, aliás, ele não sabia onde morávamos.
Acabei por me candidatar a um workshop, e mais tarde passei a fazer da minha vida uma ilusão : tornei-me ilusionista. Era um pouco estranho, no meio de tantas profissões escolhi magia mas eu por acaso gostava bastante de ver coisas desse género na televisão. Cheguei a ter um mês de treino mas de facto nunca cheguei a actuar por vergonha, por falta de positivismo, e eu queria passar o resto das minhas férias com o Mike.

Um dia acordei e a casa estava completamente silenciosa, nunca tinha estado assim. Procurei, não ouvia ninguém mas senti dentro de mim um arrepio, algo que me dissesse que alguém estava a chamar por mim. Procurei pela sala, pela casa de banho, pelos quartos e, ao passar pela cozinha vejo um bilhete amarelo colado no frigorífico que dizia : « 17h » . Não pensei duas vezes, na minha cabeça era apenas Mike que havia planeado qualquer coisa a essa hora, então aguardei no alpendre da minha casa e pus-me aqui a escrever. O tempo passava, ia escurecendo a pouco e pouco, a minha ansiedade aumentava, a minha imaginação ia-se alargando. Na minha cabeça só o imaginava a abraçar-me e a beijar-me apaixonadamente como se fosse a última vez que o fizesse, mas esse momento ainda estava para chegar. Seria aquele o momento ideal ?
Aguardei. 17h , olhei em volta não o vi em lado nenhum. Levantei-me, chamei por ele, desci as escadas e procurei. Vi o resto dos meus amigos atrás da casa a tocar guitarra e a cantar, e eu corri em direcção a eles e perguntei por Mike. Disseram-me que não o tinham visto então voltei para casa e fui para a cozinha fazer uma sandes. Estava com fome, ainda não tinha lanchado, fui buscar o pão ao armário, a faca à gaveta e a manteiga ao frigorífico, mas quando dei por mim a olhar para a porta já não havia bilhete amarelo colado. Raciocinei : ainda hoje de manhã estava ali colado, fui para o alpendre ninguém poderia ter entrado comigo ao lado da porta, fui para trás da casa ... alguém entrou enquanto fui à procura de Mike ! Mas enquanto raciocinava alguém me agarrou e me pôs um pano qualquer a tapar-me o nariz e a boca que me fez desmaiar e só acordar de noite.
Abri os olhos, acabara de acordar. Doía-me a cabeça e só fiquei em mim quando olhei em redor.
« Mike , és tu ? » , perguntei desconfiada, ansiosa para que ele me respondesse, mas nada. Levantei-me, suspirei, caminhei em direcção ao grande armário, abri a porta e morri
" .

Foi isto que eu li no livro de Sarah e notei que a última palavra estava escrita com outra caligrafia mas não mostrei importância. Já me caíam lágrimas dos olhos e só queria ter lido mais história do que aquele livro continha. Tinha por ai umas 100 páginas e sobraram por volta das 50. Pois bem, 30 páginas mantiveram-se em branco mas as outras 20 estavam escritas , com outra letra, uma letra mais profissional pudera.
"Encontrei o corpo dela. Procurei durante semanas por ti com a ajuda do FBI, dia e noite, sempre com uma foto tua no bolso. Perguntei à vizinhança, a toda a gente se te tinham visto mas tinhas desaparecido, menos do meu pensamento (...) . Ao ler este livro apercebi-me o quão perturbada ficaste com o dia que passámos trancados naquele armário daquela casa horripilante. Não escreveste sobre nada, nada sobre o frio que passámos ao ponto de termos adormecido durante umas poucas horas agarrados um ao outro, nada sobre a luz que passava pelos buraquinhos da porta, nada sobre o som do afiar das facas do outro lado do armário, nada sobre termos feito amor pela primeira vez e termos sentido a paixão nua e quente, que nos fez vibrar o corpo e que nos afeiçoou um ao outro. Eu recordo-me e não quero esquecer, nunca.
O teu sorriso, os teus olhos, tudo isso me fazia acordar bem disposto de manhã e vestir-me apressadamente para voltar a dar-te um beijo que fosse, mas desde que foste já não tenho fome, já não quero dormir para os dias não passarem, já não quero voltar a amar, dói muito perder tudo o que dá sentido à nossa vida. Eu acho que me perdoas por não ter estado lá, estava a planear andar na montanha russa contigo e fui comprar os bilhetes logo de manhã, mas quando voltei já estavas ausente, já toda a gente me tinha dito que provavelmente tinhas ido à minha procura.
Corri o mais depressa possível em direcção à casa abandonada, com o livro que escreveste na minha mochila, com esperanças de te encontrar, e sim encontrei-te. Sei que é um assunto sério, mas arrisco dizer que o meu queixo quase bateu no chão. Tu ? Eras tu sim, com roupas rasgadas, feridas nos joelhos, terra nos cotovelos, e o que mais me contraiu o coração foi ter-te visto à beira do lago molhada e com os teus pés ainda a tocarem na água. Foi assim que te encontrei, e quão despedaçado estava o meu coração (...) . Olhei para ti, tinha a certeza que me estavas a ver de lá de cima, então beijei-te apaixonadamente e com uma precisão de nunca te largar como nunca tinha feito, senti amor, muito amor a encher o meu coração que se encontrava pétreo. Aquele foi o momento ideal que falaste, pena ter sido tarde demais para o conseguirmos (...) .
Agora pego na minha ponta-e-mola e no colar que tens ao pescoço, aquele que eu te dei, olho para ele com lágrimas nos olhos, olho para ti e vou perfurar o meu peito até ao seu mais profundo nervo para seres minha para sempre, foste na vida e vais ser até depois da morte. A morte não me atormenta, sei o que há do outro lado, se não for o que penso, saberei sempre que podes estar comigo e de lá ninguém te tira, lá ninguém te magoa, lá posso olhar para ti e isso vai fazer com que, de certa forma, passo pelo processo de reencarnação. Eu amo-te e sei que me amas também, e teres estado comigo aprendendo os meus passos e confiares em mim foi a maior prova de amor que me poderias ter dado, mas por norma do injusto destino, a morte separar-nos-ia.
Não ! Estou aqui com os olhos encharcados de lágrimas, exactamente para infringir essa «lei», mostrar que nem os céus nos vão separar ! O céu é muito vasto, as núvens cada vez mais confusas com a sua mudança de cor e com a sua camuflagem, mas eu vou encontrar-te custe o que custar.
"

Nunca ouvi falar de tal situação nas revistas ou nos jornais, e continuava a não perceber o porquê da velha ser a possuídora do livro.
Entretanto entrei para a literatura e escrevi este livro baseado no de Sarah, aceito e mantenho os direitos de autor claro, e até digo mais : mais tarde pesquisei o dono daquela casa onde se situava Sarah, porque de facto a pequena rapariga que morreu é o espírito idoso que vejo todos os dias de manhã, um espírito feliz e muito agarrado às recordações do livro que, apesar de não contarem muito sobre o sucedido (apenas que o lenhador fora condenado a prisão perpétua), é uma verdadeira história de amor entre adolescentes que podiam não saber muito da vida, mas percebiam a realidade, e ela mostrou-lhes o que é amar, mostrou-lhes que cada passo que se dá é uma frase de um documento entre biliões deles, que estão guardados numas gavetinhas, e eles contêm o passado, o presente e o futuro de cada um ser vivo. Já imaginaram ? Uma infinidade de folhas de papel que diz quando nascemos, quando choramos, quando erramos, quando morremos. De facto ela manteve-se ali naquela casa, passou a viver lá de certa forma para se sentir jovem e viva. Ela sempre foi jovem, só que preferiu usar um protótipo (provavelmente da sua avó) porque a última visão dela fora uma rapariga morta à beira do lago, então mostrava-se velha apesar de nunca ter envelhecido, e claro mantinha-se sempre no seu « sítio do costume » .
O que me faz acreditar cada vez mais é que o destino traçou que Mike tinha de sobreviver, mas morrer por ela, como assim aconteceu.
Na última página desse livro encontrava-se uma frase : perdi ao tentar encontrar-te, mas foi graças a ti que me encontrei.

Com isto tudo percebi que o amor tem mais poder do que aquilo que nós julgamos, que apesar de ter limites eles aumentam consoante a loucura apaixonada, obcessiva e/ou doentia de cada um, que Mike ao se suicidar estaria a entregar com precisão e determinação o seu corpo e a sua alma. Eu entendo o porquê, o amor da nossa vida só aparece uma vez.

Sarah Lawrence, O diário da nossa paixão, 2009/2010

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Sorriso

Estava numa bela manhã de domingo, encontrava-me no Parque da Cidade, fazendo o meu jogging matinal. Percorria pelo enorme arvoredo sobre o chão de terra com os meus calções azuis como o próprio céu, esperando por uma brisa que me refrescasse o corpo. Para onde quer que olhasse reparava nos casais sentados, apaixonados com harmonia da palavra "amor" em torno deles.
Quando me preparava para me ir embora reparo numa linda rapariga, com uns olhos cor de mel, magoada e deitada no jardim de uma forma meia angelical. Apoiando-a pela cintura e segurando gentilmente na suave mão dela, ajudei-a a sentar-se. Julguei tratar-se de uma pequena entorse, massagei-lhe então o pé.
Sara sorria sem motivo aparente para Miguel, e ele ao questionar-se a si mesmo chegou a perguntar o porquê e Sara, já rendida no seu olhar, respondera que se devera pura e simplesmente ao "amor à primeira vista".

E foi mesmo, ela nunca vira ninguém que lhe fosse tão delicado e gentil. Apaixonou-se loucamente por ele, com o tempo foram descobrindo os seus defeitos, o passado e os erros dela destruíram muita coisa tal como alguma tolerância para com ele, mas ambos cada vez mais ansiavam estar um com o outro para sentirem a paixão, nua, crua, pura e verdadeira que sentiram desde o primeiro sorriso ... assim ela acha.

Itálico : MS
Bold : Sara Sousa

terça-feira, 4 de maio de 2010

Violência não merece perdão .


Corri para te apanhar mas quem fugia era eu
Batias , mentias , rias e não reflectias
Não pedias desculpa mas aceitava o teu perdão
Porque nada bate mais forte do que o meu próprio coração
Era cada discussão que me fazia pensar
Se eras tu o homem com quem me queria casar
Olhava-me ao espelho e algo me aterrorizava
Era sempre a mesma merda de inchaços na minha cara
Tentei cagar para isso mas estava sempre à vista
Que afinal não é o amor , é o respeito que se conquista
Não vou tentar impôr respeito , tenho medo de ti
Já nem me recordo do último dia em que sorri
Mas eu sei que as pessoas que bateste e castigaste
Que vais ser castigado pelos corações que quebraste
Sinto-me só , já nem quero ninguém ao pé de mim
Não tenham pena de mim , o destino é mesmo assim
Estou farta de limpar o sangue da minha roupa
Todas aquelas que usei quando me partiste a boca
Eu juro , quero fugir daqui e não voltar
Não nasci para ser espancada , nasci para amar
Quero ser feliz , voltar atrás uns anos
E voltar a acreditar que ambos nos amamos
Estou cansada de chorar só quero desaparecer
És o amor da minha vida mas fazes-me sofrer

Não és só mais um.


É assim desde que me lembro ...

Sabes esconder , escondes , escondes-te.
Escondes a modéstia , a luxúria , aquilo que faz faltar-te a coragem para dares de comer aos pobres. Aquela tua bondade , aquela tua riqueza de lógica , aquele teu olhar fortunante.
Não pretendo representar a mentira mesmo sabendo que menti , não tenciono descrever o errado pois sei que já errei , tenciono apenas mostrar-me calada às tuas palavras. A minha vontade é colocar sobre a cartilagem que possuis , é tocar no doce que anseias saborear , é sentar-me em cima do ramo e dançar em cima dele como uma acrobata , é sentir o champanhe escorregar ? Não ! A minha vontade limita-se apenas a ter-te comigo.
Jamais quereria trocar prazer contigo sabendo que não me amavas , sabendo que pensavas noutra pessoa enquanto acordavas ao meu lado.
Amo-te mesmo, tanto, pouco mais e desde o dia em que nos conhecemos. Cada vez mais anseio pelo nosso fim-de-semana de Verão , pela nossa tarde em Lisboa , pela maneira como imagino como a nossa timidez nos irá captar . Cada vez mais me imagino deitada no teu peito a olhar para ti enquanto dormes .


Amo-te Miguel Sousa .


« se eu não te amar então cortem-me a **** » , expressão de Luis Cunha .

terça-feira, 27 de abril de 2010

A cegueira


Um dia acordei e tinha a vida do avesso
Mas entendi mais tarde que cada produto tem seu preço
Comecei a sentir , a viver de outra maneira
E esquecer que o destino me pregou uma rasteira
Estudei cada sinal , cada palavra , cada gesto
Escutei cada frase sem atentar ao resto
Senti com maior gosto e firmeza as minhas lágrimas em prol de sentir também o quão triste é não ver
Querer e não poder , ter de aceitar o meu ser
Aumentei os meus limites sem poder olhar para eles
Mas é difícil alcançá-los com barreiras das quais tento passar por cima sem saber a sua altura
Com grande medo de tropeçar e ver apenas escuridão ao pedir ajuda
Escuridão como a cor do carvão , como se estivesse a dormir
Mas em que cada passo que dê é um passo a reflectir
Ouço com maior atenção os pássaros que cantam ou o latido dos cães ao fundo da rua
Sinto com maior precisão a madeira , o metal
O som instrumental , a diferença entre água e espuma
O meu tacto melhorou , agora sei dizer determinadamente o que é o quente e o frio
Mas por vezes não é o tacto que me diz que há algo no vazio
Ontem via , hoje adormeci , sei que vou continuar a dormir e deixar-me-ei levar
Porque mesmo sem os olhos eu continuo a viver , a crescer , a amar
E cada vez que me apontam o dedo ao dizer : olha um cego a andar sozinho !
Ignoro e continuo o meu caminho
Eu tenho pernas , eu consigo andar
Sou um ser humano na mesma , não tenho olhos mas não é isso que me vai fazer parar !

sábado, 17 de abril de 2010

AOTR.


Tudo isto é uma má contradição de sentimentos , uma dúvida nas escolhas , e agora no teu papel tornou-se um confronto constante entre o coração e a razão , mas eu também me sinto assim face às tuas decisões e por vezes também peço a Deus dizendo-lhe que gostava de não gostar de ti , porque tornou-se numa situação tão complicada que eu choro baba e ranho se falas "bem" das tuas ex-namoradas , eu agarro-me à almofada com vontade de te abraçar , eu grito com esperanças que me ouças , eu tremo e entro em pânico só de imaginar que te posso perder ... ! E parte-me o coração o quão frio por vezes és comigo mas gostava que no final se resumisse a uma coisa : podemos dar-nos menos bem , discutir , desprezar-nos um ao outro , ficarmos com o orgulho mas esperando ansiosamente por uma mensagem ou um simples telefonema a dizer « olá » , e até por vezes irritar e meter nojo um ao outro , mas que no fim as nossas atitudes se justificassem com o mesmo pensamento " mas eu gosto dele(a) " .

Magoamo-nos com directas e indirectas , com palavras e atitudes mas , falando mais por mim , eu amo-te tanto quase como uma doença ! E acredito que sintas o mesmo mas ambos já errámos e muitas palavras já deitámos da boca para fora em prol de reacções , sem sequer pensar nos efeitos causadores um no outro, e talvez por vezes como um pedido de atenção. Mesmo que só te tenha passado pela cabeça foi uma das coisas que me tocou profundamente e não consigo acreditar que achas-te que o "nós" não é real mesmo sendo considerado um pensamento vago.
Desculpa se te desiludi ou magoei
Apesar de tudo, eu amo-te muito ...

segunda-feira, 29 de março de 2010

Mentalidades { actualização }


Viajo, olho, navego escondida
Sinto saudade, sinto falta de uns minutos de vida
Quero pois sair mas há algo que me prende
Neste minuto de sofrimento, nesta dor que não se sente
Como posso não acreditar que tudo já não é igual
Se tudo o que fazes e dizes te parece ser natural ?
Como queres que não chore se tu és o culpado
Pelas lágrimas derramadas, pelo coração quebrado ?
Magoado ? Talvez, mas ainda bate e não chora
Até que a morte nos separe - palavras da boca para fora
Mas tu sabes o que é amar ? Dizer que sim é perder tempo
Trocas-me pura e simplesmente por uma garrafa de catembo
O amor não se diz, não se vê, não se explica
Mostra-se através de acções e do tempo que se dedica
O alcool serve de consolo porque estás em solidão
Mas para ti é cagativo desde que o tenhas na mão
Não me quiseste amar, não me incomodo nem um bocado
Agarra na tua cerveja porque tu para mim já és passado

És fraco porque pensas que todas te querem ter
Mas a maior parte delas nem te queria pa f*
Tu sabes, tens de ser tu a dar o passo certo
Mas sabes que não é correcto
Queres-te armar em cupido
Mas no final estás fudido
Confuso ficas, mas partes sempre para outra
Roças-te nela até achares que ela está louca
Mas ela olha para ti com um ar super normal
Não dás tusa nenhuma nem com o teu olhar "fatal"
Só me apetece rir, não sabes para onde ir
Comes as gajas com damo e no final tás a fugir
Não tás a conseguir não consegues dar pica
No dia que a conheces dás logo a tua dica:
"Dás-me o teu número ?" ou "Posso-te conhecer ?"
E no dia a seguir já estás pronto para a comer
Cair nas tuas palavras é o pior erro de sempre
Porque só sabes dizer e quando dizes, MENTES
Admito que acreditei, esperanças sempre tive
Mas quando pudeste empurraste-me do declive
Eu no fundo sabia que tu mentias
Mas queria ver até que ponto é que ias
Sentia, grande atracção por ti
Mas acho que depois disto nem sei o que aprendi
Ganhei um par de cornos, talvez até mais
Porque pensava que eras diferente, afinal todos são iguais
Consegues mentir, fingir tal como uma criança
Consegues desiludir e diminuir a confiança
Depois deste tempo todo agora sei a verdade
E cheguei à conclusão que tens pouca mentalidade
Eu escrevo isto mas não preciso de ti para nada
Prefiro estar sozinha do que mal acompanhada
Cresce, mas ya volta para as tuas cumidelas
Como te achas tão bom, que venham eles em vez delas

terça-feira, 9 de março de 2010

Resposta da carta 23


« Meu amor, hoje escrevo para ti porque sei que ainda me esperas. Talvez convinha visitar-te, mas sabes que a timidez chama mais por mim do que a vontade de te dizer o que sinto e necessito de deitar cá para fora. A distância ajuda sabes, e sinto que me será quase impossível ver-te. Como estás agora ? Não te sinto contente, não te vejo a sorrir nas fotografias como fazias nos dias de Verão que passámos juntos. Andas estranha e isso nota-se pela maneira como escreves, pela pouca ou nenhuma vontade de te exprimires como fazias no teu blog através dos teus poemas ou histórias dramáticas e verídicas que eu tanto gostava de ler. Já não me mandas uma mensagem e nem recebo chamadas tuas à uns meses, diz-me o que aconteceu para te afastares num segundo !

Tenho saudades aguardo ...»

RE: Tenho me mantido em silêncio porque cada mensagem que me enviavas mais palavras se entalavam na minha garganta, mas talvez hoje seja o dia em que te conto tudo pormenorizadamente. Lembras-te de 2009 ? Até hoje nada me esqueci, por isso me afastei. Já peguei numa borracha e tentei apagar-te do meu pensamento mas tu és um murmúrio que se ausenta num minuto e surge no seguinte. Já cortei as minhas artérias que me permitiam transportar-te para o meu coração, mas tu sempre te safaste tornando-te no ar que respiro que passa pelas condutas e se dirige aos meus pulmões, mantendo-se sempre perto dos meus batimentos cardíacos. Já dormi sem vontade para o tempo passar depressa e me esquecer de ti , mas a tua voz ainda me soa ao ouvido e entra-me nos sonhos, tormentando-me, pois sei que quando acordar estarei sozinha. Quero esquecer tudo, quero esquecer-te ... quero que fiques comigo e não saias da minha vida. Contraditório não é ? Tenho andado assim porque na verdade sinto a falta dos nossos telefonemas, sinto falta dos momentos em que me ria, das coisas que me costumavas dizer e que agora não existem, mas também me magoa falar contigo sem te estar a ver aqui ao meu lado, também me magoa ouvir dizer-te que me amas mas no entanto não te sinto a sussurar-mo ao ouvido, também me entristece saber que estás cada vez mais distante. Eu ainda hoje fecho os olhos, agarro-me à almofada imaginando que te estou a abraçar mas, maricas como sou, choro sempre e isso nunca resolve.


Quem me dera poder olhar nesses teus olhos castanhos e sentir que olhavas para mim, porque ainda te vejo no vidro embaceado do carro num dia de chuva, porque ainda desenho o teu nome na areia como uma prova do meu amor que é enviada para ti.


Corpos distantes, corações unidos.


Um beijo daquela que mais te ama

Sara.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

« é o costume, por favor »


É assim que tu vives, através de vícios e decisões que tu próprio tomaste, seguindo os outros para tentares ser diferente e achares-te superior a muitos outros, dizendo que não há nada neste mundo que te faça sentir melhor do que essa droga, do que essa dependência, do que a tua fama. Sempre quiseste mostrar às pessoas que podias ir mais longe de facto, pena é teres ido mais longe na estupidez ao ponto de trocares aqueles que te amam e que se preocupam contigo, aqueles que sonhavam contigo e que te apoiavam acima de tudo.
Eu, que sempre te disse que estaria aqui para ti, que cortaria os meus dedos para veres o que magoa ver-te assim, a desfalecer. Já não és autónomo, agora és dependente do que ou de quem não te merece e não, não iria cortar os meus dedos, tu próprio já notas-te o desprezo que te dão, o sofrimento que sentem e a pena que têm de ti. Não cortaria os meus dedos, simplesmente porque sou tua amiga e podia escrever mil textos como estes para caires em ti, podia berrar para ti para ver se acordas, podia beliscar-te o braço todo para sentires o quão triste estou por te ver assim, podia até virar costas e ir embora para sentires dentro de ti que estás a perder quem mais gosta de ti.
Acredito que jamais terias pedido esta vida, jamais terias pedido fama, jamais terias pedido este amor cão, digo eu (...) . É uma obcessão, um amor do qual não é retribuído, não te faz bem apesar de saber bem, não te é bondoso mas consome-te, não te ama mas faz-te amá-lo até pensares que a tua vida resume-se a ele e que já não consegues viver sem ele.
Exacto, já não vives sem ele, agora acredito que seja tarde e escrevo o que se passa num caderno pautado com uma caneta quase gasta, tão gasta como a minha voz pois tu tens noção que te avisei quando tiveste conhecimento desse "café" que te dá vontade de adormecer, antes de o provares, depois de molhares o dedo e o lamberes, depois de o beberes a meias, depois de o beberes todo e agora, que o bebes todos os dias acho que já sabes a rotina toda, e que o que te digo mantém-se, sublinha-se, carrega-se e, só não se diz porque penso que já sabes o que penso.

Agora estás numa situação que chegas ao "café", olhado de lado por quase todos devido ao teu aspecto e dizes :

« é o costume, por favor »

e sais como se nada tivesse acontecido.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

1º Soneto - Puro coração

Oh formosa rapariga
Que com teus cabelos ao vento
Captas tal atenção do homem
Que o deixa em grande tormento.

Esbelta filha da natureza
com os teus olhos cintilantes,
cor de mel hipnotizantes
combinando com tal beleza.

Por mais que tente o homem
captar o seu mundo
que por aí fora vagueia e anda,

não consegue o pobre jovem
e apaixona-se num segundo
pela nobre rapariga indiana.

domingo, 17 de janeiro de 2010

O depois


Nunca mais vou olhar-me ao espelho e ver cada brilho profundo e belo que é elementar mas significativo. Outrora, o que vejo pode não ser real, o que sou pode não ser verdadeiro, o que sinto cá dentro pode ter outra definição. Poderá alguém, com o seu poder de prever o futuro, dizer que algo próximo vai acabar ? Mencionar que os corpos que se juntam agora no presente não se irão juntar proximamente ? Que o tocar no "tu" pode ser na verdade tocar no "nada" ?
Nunca mais vou olhar para as chamas, o intercalar das cores e o seu movimento semelhante ao da água do rio. Aquele rio que tal como o ser humano, nasce, vive e morre, que chora lágrimas salgadas e habitua-se a viver com outros rios, dando nome de mar a essa mistura, tal como o conjunto de seres humanos se dá o nome de Humanidade.
Nunca mais vou sentir o vento na minha cara e sentir-me a arrefecer, ouvi-lo a bater na janela provocando um assobio temeroso que arrepia a pele. Se não vou voltar a ouvir o vento, de facto, sentirei saudade de sentir a chuva a cair, molhando o meu corpo e humidificando a minha face, encharcando o meu cabelo e derretendo todas as mágoas.
Nunca mais olharei para o céu, reflectir, inspirar aquele ar, olhar para as núvens e imaginar se podesse tocar numa delas, senti-las como se fosse tocar em algodão doce, amachucá-las.
O que acontecerá depois ? Qual é o caminho que percorrerei ? Onde estarei ?
Por uns dias, serei lembrada, e nos minutos seguintes cairei no esquecimento. Serei relembrada através de objectos, de dias ou de maneiras de agir. O meu corpo jamais voltará a estar de pé, os meus olhos jamais voltarão a ser vistos, a cor deles, o castanho, será memorado através de fotografias, pois só eu possuo esse castanho especial. Os meus textos, as minhas letras, todas elas serão lidas e, depois de substituidas por outros escritores, poetas, dramaturgos, serão mandados para o lixo.
Não me importarei ! O meu corpo jamais se erguerá mas a minha alma atormentará aqueles que escrevem como lucro e não por gosto. O meu corpo pode ser a matéria que me faz sentir, cheirar, ouvir, ver e saborear, mas EU, mesmo depois de milhares de anos, continuarei a sentir os meus textos, continuarei a cheirar o aroma de cada palavra, continuarei a ouvir críticas e elogios, continuarei a ver o valor de cada frase e continuarei a saborear as minhas sopas de letras.


Poderei não ser memorada, mas não serei esquecida tão facilmente.

Marcarei e continuarei a marcar até me esgotarem as forças.

sábado, 9 de janeiro de 2010

O papel principal



As luzes apagam-se, as cortinas abrem-se, e lá estás tu num cenário maravilhoso a interpretar a tua peça de teatro. Com o papel principal descobres alguém que te ama, que cai nas tuas deixas dramáticas que pedem para voltar e para acreditar num final feliz, que garantes sem preconceitos. Aquelas palavras sentimentais que descrevem o "amo-te" como uma almofada de penas, que é moldada pelas tuas mãos e que nos faz sentir a flutuar como se fossemos sonhar, como se estivessemos num mundo irreal onde o amor verdadeiro existe, mas que na verdade é pura pedra. E os teus gestos, aquela mão que desliza pela minha cara que tu, a personagem principal de toda a peça, sabes que na verdade isso a manipula e cada vez mais fá-la acreditar que podes ser o grande amor da vida dela. Os teus olhos, aqueles olhos que brilham quando falas com ela e fazem acreditar que o teu amor é sincero e que estás a dizer a verdade nua e crua.
(...)
Mas por trás dessa faceta existe alguém, alguém que trai, alguém que magoa, alguém que faz sofrer, alguém que ri dos outros, alguém que brinca com sentimentos, alguém que não sabe o que é amar. É a tua personalidade mais cruel e ruim que em vez de te deixar com o título de "homem apaixonado" te deixa com o título de "falsidade em pessoa", e assim a tua maneira de ser o prova. Como é possivel existir, dentro de um cenário romântico e maravilhoso, durante um jantar à luz das velas ou um passeio na praia, um "eu" interior que anseia por sexo e que o declara como um jogo de ilusão ? E na praia, como és capaz de escrever na areia usando um pauzinho a palavra "amo-te" se nem sabes o que é amar ? E, sabendo que é cruel da tua parte, fazes de tudo para captar essa atenção feminina que precisas, usando o teu charme natural ou sexual e omitindo a dor e os objectivos que tencionas alcançar . É assim que vives a tua vida, julgando e manipulando os outros para obteres o que queres.

E assim, as luzes acendem, os aplausos surgem com agrado, as cortinas fecham e lá vais tu embora, até que apareça outra para recomeçares o teu ciclo, a tua rotina, a tua própria peça de teatro.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Mentalidades

Viajo, olho, navego escondida
Sinto saudade, sinto falta de uns minutos de vida
Quero pois sair mas há algo que me prende
Neste minuto de sofrimento, nesta dor que não se sente
Como posso não acreditar que tudo já não é igual
Se tudo o que fazes e dizes te parece ser natural ?
Como queres que não chore se tu és o culpado
Pelas lágrimas derramadas, pelo coração quebrado ?
Magoado ? Talvez, mas ainda bate e não chora
Até que a morte nos separe - palavras da boca para fora
Mas tu sabes o que é amar ? Dizer que sim é perder tempo
Trocas-me pura e simplesmente por uma garrafa de catembo
O amor não se diz, não se vê, não se explica
Mostra-se através de acções e do tempo que se dedica
O alcool serve de consolo porque estás em solidão
Mas para ti é cagativo desde que o tenhas na mão
Não me quiseste amar, não me incomodo nem um bocado
Agarra na tua cerveja porque tu para mim já és passado

És fraco porque pensas que todas te querem ter
Mas a maior parte delas nem te queria pa f*
Tu sabes, tens de ser tu a dar o passo certo
Mas sabes que não é correcto
Queres-te armar em cupido
Mas no final estás fudido
Confuso ficas, mas partes sempre para outra
Roças-te nela até achares que ela está louca
Mas ela olha para ti com um ar super normal
Não dás tusa nenhuma nem com o teu olhar "fatal"
Só me apetece rir, não sabes para onde ir
Comes as gajas com damo e no final tás a fugir
Não tás a conseguir não consegues dar pica
No dia que a conheces dás logo a tua dica:
"Dás-me o teu número ?" ou "Posso-te conhecer ?"
E no dia a seguir já estás pronto para a comer
Cair nas tuas palavras é o pior erro de sempre
Porque só sabes dizer e quando dizes, MENTES
Admito que acreditei, esperanças sempre tive
Mas quando pudeste empurraste-me do declive
Eu no fundo sabia que tu mentias
Mas queria ver até que ponto é que ias
Sentia, grande atracção por ti
Mas acho que depois disto nem sei o que aprendi
Ganhei um par de cornos, talvez até mais
Porque pensava que eras diferente, afinal todos são iguais
Consegues mentir, fingir tal como uma criança
Consegues desiludir e diminuir a confiança
Depois deste tempo todo agora sei a verdade
E cheguei à conclusão que tens pouca mentalidade
Eu escrevo isto mas não preciso de ti para nada
Prefiro estar sozinha do que mal acompanhada
Cresce, mas ya volta para as tuas cumidelas
Como te achas tão bom, que venham eles em vez delas

sábado, 2 de janeiro de 2010

Um amor virtual

03 Janeiro 2010, 8h18

Olha para as horas. Não consigo parar de pensar no que fomos. Como podes dizer que me amas sabendo que tens uma namorada que te quer mais que tudo, que nunca te trocaria por nada, que te ama ? Dou sempre um passo atrás e torno-me uma pessoa que não sou.
Lembras-te daquela menina linda e querida que conheceste ? Aquela que fazia chamada de video contigo e que tinha vergonha de falar através do microfone ! Aquela que escrevia o teu nome na parede da sala de aula e que te mandava SMS's todos os dias para saber como estavas ! Aquela que pensava em ti 25h por dia e que ia ao MSN para falar só e unicamente contigo ! Aquela que ficava envergonhada com as tuas palavras e que pedia à mãe para deixar ficar um pouco mais no computador ! Aquela que dizia que te amava todos os dias e mais do que uma vez, e que imaginava um futuro com casa e filhos teus.
Era eu sabes ... mas cresci e à medida que o tempo passava achei que não era assim tão importante para ti, que não me amavas tanto quanto dizias, porque durante estes 2 ou 3 anos arranjaste pelo menos 3 namoradas. A minha reacção ? Doía mais saber que estavas a mais de 300km de distância que me impedia de cortar as tuas relações. Tinha ciúmes, tinha raiva porque queria que fosses meu por completo !
Agora cresci. Se te amo ? Sou-te sincera, já te amei mais, e admito que fui esquecendo que existias porque acho que houve promessas quebradas, sentimentos falsos ou inexistentes até, corações partidos e lágrimas derramadas porque dizias que tinhas um amor presente com uma, e que tinhas um amor distante comigo. Duas vezes, chorei na câmara duas vezes por causa de ti. Não valeu a pena, porque hoje sei que nem as minhas lágrimas conseguem arranjar o que está estragado. Estragado sim, porque no meu ponto de vista o amor que sentiamos um pelo outro foi verdadeiro, foi sentido, teve significado mas não permaneceu. O que é bom acaba depressa não é ?
Só Deus sabe as vezes que por ti chorei sem teres conhecimento, as vezes que sonhei que seríamos o casal perfeito, o clone do amor. As pessoas pelos vistos mudam muito, e eu mudei. Hoje penso de outra maneira e penso que talvez tivesse sido diferente se o mundo virtual se tornasse num mundo real. Se em vez de existir uma pequena máquina que me permite ver-te, existisse uma que me permitisse tocar-te, se em vez de existir um correio electrónico que me mostra palavras carinhosas, houvesse uma carta que te enviasse um beijo meu para poderes sentir pelo menos os meus lábios durante uns segundos, deixando as palavras para mais tarde. Se em vez de existirem fotos minhas no teu computador pudesse existir algo que me transportasse até ao teu quarto em minutos, para poder dar-te um abraço e sentir os teus braços a envolverem-me. Só o futuro o dirá porque neste século isto passa-se de uma coisa bizarra, uma fantasia minha, uma história amorosa de uma rapariga e de um rapaz da mesma idade que, apesar de não se verem e de saberem que o amor virtual não existe, eles sentiam amor um pelo outro. Que apesar da distância ansiavam cada vez mais poderem estar um com o outro. Estou de directa, e pensar que desabafo desta maneira através de um blog! Sim, porque infelizmente só a Internet me permite falar contigo, porque infelizmente não posso dizer-to pessoalmente.
Não sou maior de idade, não tenho carro, não tenho nada que me faça estar contigo, apenas uma grande vontade, simples recordações e um coração vazio que grita por ti mas tu não estás. Onde estás ? Com a namorada. Se calhar é isso mesmo, somos seres humanos dependentes do destino e o destino escreveu que só podíamos amar-nos virtualmente até que o vento e o tempo nos leve tudo o que nos pertence. Eras o homem da minha vida, virtual.


Destino cruel não é ?

Pois, mas é assim que tem de ser.

Filosofia da Mulher


Sabes aquelas borbulhinhas que por vezes te aparecem quando ficas arrepiado ou assim ? Imagina agora uma borbulhinha dessas no teu lindo rabinho, mesmo na bochechinha ? Faz-te impressão. Tu sentas-te e sentes a borbulhinha a deixar-te com comixão nessa zona, o que fazes ? Coças claro, mas e se estiveres na sala de aula ? Coças ? Se estiveres numa fila enorme para comprares o teu passe escolar ?
Chegas a casa com essa mini borbulhinha e coças até te sentires bem. De manhã acordas tens uma borbulha com ferida, e dói-te ! Está vermelha e só de tocares magoa. Não ligas não é ? Sentas-te normalmente e passas o dia sem pensar nisso. Um dia vais tomar banho para te preparares para ires a casa do teu namorado e tens uma bolha com pus no teu rabo !! Se mexes dói, se não mexes vais ter com o teu namorado com aquela porcaria ?
(...)
E a celulite ? Aquela porcaria que faz parecer que temos buracos nas pernas ou nas nádegas ? Ficam tão mal. Parecem crateras numa colina. E tu olhas-te ao espelho e vês que aquilo não fica nada bem então compras qualquer coisa da Garnier que te faça tirar aquilo para poderes olhar ao espelho e dizer "fogo, que pernas maravilhosas".
(...)
E aquelas veias que aparecem nas pernas por causa dos saltos ? Meu deus, que feio. Acabas por ir sempre de calças para a rua e se estiver verão ou quiseres ir à praia ou ficas em casa, ou vestes calças, ou ficas sempre dentro de água e pões-te sempre de barriga para cima ! Compras cremes e produtos para resultados que não sabes se serão positivos, mas fazes tudo para conseguires ficar com as pernas bonitas para poderes mostrá-las usando saia, vestido ou calções.
(...)
Se eu não gostar de mim, quem gostará ? - às vezes não é bem assim. Temos de nos arranjar porque se não o fizermos sentir-nos-emos mal fisicamente e psicologicamente. Claro que é maravilhoso o interior de uma pessoa, mas à primeira vista qual é o homem que vai querer saber do interior da pessoa se o exterior não presta ?
(...)
Arranjar as sobrancelhas para não pareceres um mocho, pintar as unhas para ficarem atractivas, pores um risco nos olhos para chamar a atenção num caso de olhares sedutores, usares brincos para te dar um ar chique, usar baton para dar uma impressão de lábios doces, cortar as unhas e limá-las para ficarem com umas mãos bonitas, usar soutians para segurar as maminhas e para esconder os mamilos, depilar as pernas, as axilas, o buço e a área púbica para dar uma melhor "beleza" à zona porque os homens não gostam de mulheres com pêlo, não arrotar, não bufar, não deitar ranho ou mostrar macacos do nariz nem sequer pensar em tirá-los com a mão ou à frente de alguém, ter o cuidado de cruzar as pernas quando se usa saia para ninguém ver o que está por baixo, ser arrumada, lavar os dentes, usar uma cinta para ficar elegante, nunca deixar cheiro de meias ou na casa de banho, lavar-se bem e ter um cabelo bonito, saber andar de saltos, ser educada, manter a linha e mantê-la com maior precisão depois de dar à luz !

Haverá algum homem que sofra mais do que nós ? NUNCA !