sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Não me mereces


Não sei porque te amo

Ou porque choro por ti
Não sei o porquê deste dano
Que em mim infligi

Todo o mal que te possa ter feito
Alguns foram sem querer
Talvez porque em mim tenho o defeito
De tanto eu te querer

Posso ter esticado a corda
Posso-a ter deixado partir
Mas não sei se não foi por ser moda
Que para longe quiseste fugir

Mudei porque te amo
Mudei por força do amor
Mudei de árvore, não só de ramo
Só para te poder dar mais calor

Mas tu dizes que fugiste
Que a tua vida também mudou
Que foi tarde quando viste
Que alguém na tua vida entrou

Entrou porque deixaste
Entrou porque te procurou
E tu sabes que não a afastaste
Porque ela o jogo perfeito jogou

Dizes que me amas
Mas deixas-me infeliz
Porque eu sei que não é ela
Que te fará feliz como te fiz

Admites a cada dia que passa
Tudo o que sentes por mim
Não sei se aí estará a massa
Que te levará a um triste fim

Mas não me mereces
Se calhar porque não acreditas no amor
Também porque te enganas
E tentas enganar quem está ao teu redor

Não me magoes
Não me faças sofrer
Não me faças chorar
Não me dês esperanças de te ter

Dizes ter um desejo
Que nos reencontremos mais adiante
Esse, se calhar, é o nosso desejo
Precioso como um diamante

Será que irá chegar essa altura?
Será que iremos voltar?
Ou tu ficarás longe como a Lua
E nunca te irei encontrar?

Será que vou esperar
Deixar o tempo passar
Ou seguir e lutar
Para do meu coração te apagar?

Porque nos magoamos
Se sabemos o que queremos
Se sabemos que nos amamos
Que assim aos poucos morremos

Porque não dás o braço a torcer
Assim como eu já o dei
E descobres que não será a sofrer
Que serás feliz, como eu sei.

Tu não me mereces
Ou eu não te mereço a ti
Mas sei que nunca haverá um começo
Como aquele em que da 1ª vez te vi

Não te enganes ou magoes
Não me fujas novamente
Pois sabemos que só estando juntos
O amor renasce da semente.

copiado e modificado, não de minha autoria.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

antiga(mente)


Texto feito no 9º ano

Numa tela branca pintei o céu do azul mais profundo, pintei o sol do amarelo mais brilhante. Desenhei uma florzinha, olhei para ela mas estava infeliz! Desenhei um regador e reguei-a com a água mais pura, e desenhei também uma rosa para ser sua amiga... mas faltava cor a ambas!
De vermelho pintei a pequena flor, de branco pintei a rosa, e rodeei-a de outras flores pintando-as de todas as cores do arco-íris!

Anoiteceu... Desenhei a lua do lado oposto ao sol, desenhei uma vela e... adormeci.
A tinta secou e o pequeno quadro ficou esquecido. Os dias iam passando, e dias passaram até que, por fim peguei no quadro e vislumbrei a flor, tinha crescido, estava mais alegre e bonita! Pendurei-o quadro e, pouco tempo depois, estava num museu a ser apreciado por muitos. Foi vislumbrado especialmente por um velho senhor que, apoiando a sua mão no meu ombro, quis falar comigo.
"Numa obra conseguiste o que poucos conseguiram!". Tais misteriosas palavras fizeram-me sentar numa cadeira e fixar a minha obra.

Desenhei flor e dei-lhe tudo o que precisava: desenhei o sol para lhe dar energia e luz durante o dia, desenhei a lua e uma vela para lhe dar luz durante a noite, reguei-a e dei-lhe uma amiga, pintei-a de vermelha para lhe dar amor, pintei a rosa de branco para lhe dar, colori as outras flores das cores do arco-íris para lhe dar felicidade. Acabei por semear uma pequena flor e tratei-a como uma filha! Foi amada, foi feliz, foi crescendo e tornou-se na flor mais bonita de todas!
Percebi isto tudo mas também que o sol pode viver perto da lua, uma vela pode brilhar mais que o sol, só somos felizes se fizermos os outros felizes!

A esperança nunca morre, muito menos no coração do semeador.
(frase de Isabel Bruma)

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Filosofia na vida


No fundo tudo muda. Como poderei eu, ser humano que sou, ter tantos defeitos quanto as qualidades?
Olho-me ao espelho e só vejo pó, nada de interessante, apenas o meu reflexo, o da mulher, o reflexo do Homem. No entanto não gosto dos meus olhos, estes que representam a visão do Homem perante uma situação, só sabem ver o que não interessa, não olham mais além, só vêem o que querem ver; não gosto dos meus pés, eles que representam o caminho que cada um toma, o caminho dos fracos que é o mais fácil, onde só encontro tabaco, drogas, álcool, amargura; não gosto da minha boca, ela que se arma em presidente e que faz o que todos não deveriam fazer: falar muito, fazer pouco; e odeio as minhas mãos, elas que deveriam apontar para os seres que se auto-destroem, mas só lhes dá prazer esmagar, agredir, estragar.
Tento olhar para dentro, o que poderá haver em mim que pode ser valorizado? O olfacto que me ajuda a sentir aromas naturais que nenhuma poção ou experiência conseguiria igualar, a mente que me ajuda a pensar com raciocínio, com lógica, com inteligência, que me ajuda a estudar as palavras, e claro o coração, aquela grande máquina que é a coisa mais importante em todos nós. Com ele as mãos passam a dar de comer aos pobres e acariciar os animais ao invés de os matar, os olhos vêem o sofrimento dos outros em vez de serem fúteis e gananciosos e apenas olharem para o dinheiro, a boca passa a dizer coisas com sentido, chama de amor às pessoas que ama, chama de amigo às pessoas afáveis, conselheiras e presentes, passa a tomar gosto do seu interior, e claro os pés que passam a seguir o caminho da felicidade. Esse caminho pode ter pedras sim, até podes tropeçar nalgumas delas, de outras tentas desviar-te, com muito suor lá chegarás, porque nunca temos aquilo que queremos sem esforço.

Por isso a Filosofia não se limita apenas a diaporamas, conclusões que nos fazem reflectir acerca das nossas atitudes, matéria escolar, limita-se a ensinar-nos a ver as coisas de outra maneira, a dizer as coisas noutro sentido, a fazer as coisas de outra forma e tomarmos o nosso rumo com outros olhos, outras mãos, outros sentidos, e sempre com outro coração.

No fundo... tudo muda.