Esperei por ti, até que me liga o teu melhor amigo a dizer que já estavas em casa. De facto não tiveste culpa porque nunca te cheguei a dizer, mas nesse dia nem um telefonema teu recebi. Cheia de frio dirijo-me à paragem, triste e com o nariz a pingar. O meu casaco preto tornou-se negro, o coração alimentou-se dos factos, o meu cabelo e as minhas calças estavam bastante molhadas, e não posso negar que os meus pés e mãos se encontravam congelados. Já no autocarro ouvia ironias e determinações do teu melhor amigo, dizendo-me que tinha de te esquecer e para partir para outra. Será que concordei ou limitei-me a aceitar?
Não. Eu não queria esquecer, não queria que a maré levasse tudo o que me pertencia, tudo o que NÓS passámos. O gelo do meu corpo, o vento, as gotas da chuva que caíam na minha cara, nem os factos me faziam aceitar que tinha de te deixar ir.
Obsessão? Não. Apaixonada? Talvez. Mas porque acreditava em ti, porque me davas esperanças de mão beijada dizendo que gostavas de mim, ajudando-me a pensar que um "nós" não era impossível. Quando afirmaste que me amavas, quando sonhaste comigo em que estava no altar de vestido branco e a dizer "sim". Quem estava lá comigo ? Eras tu! Até quando por estupidez minha te fui sincera a 100% e te disse que só queria que dissesses que me amavas se fosse realmente verdade e o que sentisses. "Amo-te" disseste tu num posterior momento de silêncio. O coração chegou aos 200 bpm's de pulsação e aí perdi a fala. Não queria estragar o momento e, sinceramente, foi bastante significativo para mim.
(...)
"Ele arranjou namorada" disseste-me tu mandando uma mensagem do telemóvel do teu melhor amigo, fazendo-me pensar que tinha sido ele a enviar e não tu. Por vingança sim, porque anteriormente tinha-te dito o mesmo mas disse-te que estava a gozar. De facto a tua vingança até me fez chorar, porque sabia que tinhas arranjado namorada dois dias depois de dizeres que me amavas e um dia depois de dizeres que tinha sido uma brincadeira. Precisava de ajuda porque sabia que não conseguia lidar com aquilo sozinha, porque sabia que ia andar a chorar pelos cantos se não soubesse da verdade. Não podes dizer que não lutei por ti porque é o que tenho andado a fazer ao longo dos dias e voltava a fazê-lo se soubesse que valeria a pena, se soubesse que vinhas. Eu podia gritar à janela que te amava, podia escrever-te poemas lamechas, podia aguardar por ti de manhã na porta do teu prédio, podia tomar conta de ti sempre que estivesses doente, podia TUDO. Posso estar a ser melodramática mas eu conheço as minhas capacidades e era capaz de lutar por ti mas não era capaz de o fazer sabendo que me davas expectativas e no momento seguinte acabavas com tudo. Brincar aos namorados não é para mim. Amar é amar, não é gostar nem pouco menos.
Exagero ? Não, eu gostava de ti.
E 2007 já lá vai.
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